CSI FAKE

A popularização dos seriados com temática baseada na ciência forense tem provocado uma visão estereotipada dos jurados nos últimos anos. Na realidade, tais enlatados tem distorcido sobremaneira a forma como as pessoas percebem a investigação criminal, ao introduzirem elementos completamente fantasiosos e bem distantes do dia a dia palpável e cheio de carências de uma delegacia de polícia real.

Mesmo assim, nos divertimos com toda a mentirada e até chegamos a acreditar na existência de uma cidade como Nova Iorque, que pode se dedicar de corpo e alma à investigação de um uniquinho crime.

1) Os peritos forenses empregados nos laboratórios são os mesmos que vão a campo coletar provas.
Engraçado, mesmo com o acúmulo de provas aguardado análise, estes incansáveis paladinos da segurança encontram tempo para se dedicarem inteiramente à coleta de provas, até nos mais escaldantes desertos de Nevada.

2) Um único crime violento ocorre de cada vez em Las Vegas, Miami e Nova Iorque.
Uma das coisas que mais chama a atenção é o fato da equipe imergir profundamente num só caso, quando no mundo real sabemos que a polícia acaba abandonando a maioria dos inquéritos por absoluta falta de tempo.

3) As declarações das testemunhas somente são válidas quando levam a provas concretas, pelo menos os de menor ofensividade já vão para o arquivo morto logo de cara.
Na vida real você deveria saber que em muitos crimes as únicas provas são testemunhais e você tem que se virar com elas para colocar os culpados na cadeia. Na ficção, o papel das testemunhas é extremamente secundário.

4) Uma fibra de tecido de um banco de carro fatalmente levará à marca, modelo, ano e cor do veiculo.
Isto non ecziste no mundo real! Pelo menos não com a frequência como ocorre nos episódios da série. Claro, com a ficção sempre tem a tendência a confinar o real ao propósito número um do espetáculo em nome do entretenimento, tudo é válido para conquistar a audiência, até repaginar o velho computador do Batman que é capaz de decifrar sopa de letrinhas. É isto que se vê no CSI quando eles exercitam a sua onisciência para escanear todas as informações de um objeito, inclusive aonde foi comprado.

5) Inúmeros investigadores e peritos se debruçam apenasmente sobre um só caso.
Nem parece que a polícia vive se queixando de falta de contingente e atolada em trabalho atrasado, inclusive nos EUA. É a maior fantasia passada desta classe de enlatados.

6) A polícia conta com os mais avançados instrumentos científicos.
Tenhamos certeza de que tal injeção ilimitada de recursos não acontece nem aqui, nem na China. A verdade nua e crua é justamente outra, os agentes da lei fazem das tripas coração para contornarem a falta de combustível, sem cartucho de impressora, sem papel, etc.

7) Os criminosos sempre confessam quando são confrontados com as provas.
É batata! Basta os peritos cercarem qualquer criminoso com provas suficientemente robustas, que ele começa a cantar feito passarinho.

8) Basta esfregar o cotonete em qualquer superfície para obter amostras de DNA super confiáveis.
No mundo real a coleta de amostras de DNA é um processo cercado de imperfeições por todos os lados: amostras com pouco material, contaminações das mais diversas naturezas e tentativas de impugnação pela parte atingida. Vide o caso de O.J. Simpson, quando a sua defesa conseguiu impugnar as provas definitivamente condenatórias de DNA - graças à isto, ele se safou livrinho da silva.

9) O corpo de provas é absolutamente contundente.
Por isto, basta esfregar as provas contra a cara do suspeito, que ele sempre acaba dando com a língua nos dentes.

10) Todos os crimes são absolutamente elucidáveis.
Você não nunca vê eles falharem! Enquanto no Brasil o índice de investigações judiciais feitas de cabo a rabo se aproxima dos 30%, e olhe lá, os peritos judicais de mentirinha conseguem resolver 100% dos casos.

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