Patient J - curta metragem do Coringa




Por esses dias comecei a garimpar uns filmes de produção 
independente, principalmente por perceber que esse 
estilo permite que a imaginação de
cada autor floresça em histórias surpreendentes e com 
ramificações inimagináveis até então, pelo simples fato da 
desnecessária obsessão em se agradar os críticos. 
Foi aí então queconheci a Bat In The Sun Production,
 que produz materiais 
sobre a história do herói mais obscuro da DC, e também
 se comparado a todos os
 outros: Batman. Deixando sempre explícito a inexistência de qualquer
 ligação com a DC Comicsou Warner Bros, a BITSP me ofereceu 
a oportunidade de ter acesso ao curta de 2005
Patient J(Batman: Paciente Coringa, em português). 
Filme sem fins lucrativos e sem qualquer pretensão de comercialização, 
realizado unicamente para fins privados.


O curta, dirigido por Aaron Schonke e produzido por Sean Schonke,
 revela aspectos íntimos de um dos vilões mais amados da história.
 Preso em Arkham AsylumCoringa recebe uma visita clandestina 
de um psicólogo (encenado por Kurt Carley) interessado em escrever
 um livro sobre sua história. Rodeado de um clima tenso e sombrio, esse
 diálogo vai se desdobrando em revelações fantásticas para a transformação 
da trama.

Paul Molnar (Coringa).
Confrontado por seus medos e anseios, 
Coringa passa a relatar os 
principais acontecimentos que sua 
memória consegue dar conta. 
Em Patient J, percebemos um aspecto 
que está implícito na realidade de Batman
mas é pouco comentado. Durante esse 
diálogo, Coringa se mostra certo em
 dizer que não possuía lembranças 
de sua infância, apenas dos seus 
“prazerosos” encontros com o seu 
principal inimigo, desde os primeiros 
momentos, enquanto ainda buscava 
sua identidade, cometendo crimes atrás
 de um capuz vermelho. O vilão impõe 
uma análise um tanto quanto curiosa: ele 
não se considera inimigo de Batman
mas sim seu “amigo”. Para ele,
 Batman eCoringa são como irmãos, mas que caminham por 
caminhos opostos. Esses caminhos (bem e mal) são necessários 
para aquela sociedade... São esses caminhos opostos que
 matem certo equilíbrio. Portanto, após uma rápida lembrança de um 
de seus confrontos, esse Coringa nos faz perceber o motivo desses 
encontros jamais terem resultado em morte. Esses dois não se matam?
 Por qual motivo? Coringa já explicou! São as mesmas medidas,
 em direcionamentos inversos, essenciais para a vida na cidade... 
Não mudou nem mesmo após Coringa ter matado um dos Robin’s.

Roupa do Batman tradicional em preto e amarelo. Ficou legal!
No entanto, a reflexão que se configura numa das mais autênticas
 para essa realidade é a que está por vir. Quando questionado 
inúmeras vezes pelo psicólogo sobre os motivos para cometer tantos
 crimes, desde matar o Robin, a esposa do Comissário Gordon
além de espancar a filha do mesmo, deixando-a paralítica 
(dentre outros muitos crimes), Coringa afirma que tudo não 
passa de um espetáculo. E esse é o ponto central da trama. 
Tanto ele quanto Batman se completam por serem pessoas solitárias,
 que colocam máscaras/maquiagem e saem nas ruas encenando 
papéis determinados em busca de glamour, reconhecimento e 
afastamento de suas solidões e medos que os aprisionam e os
 enfraquecem. Dessa forma, segundo o próprio vilão, 
Coringa e Batman são irmãos, mas acima de tudo também
 são atores que encenam papéis opostos, unicamente para manter a hamonia.

Confrontado mais uma vez sobre o motivo que o estimulou a matar RobinCoringaresponde: “Não me entenda mal, doutor. Não tenho nada contra crianças,
 mas crianças de lycra?”(eu ri. rsrs).
Coringa no Arkham Asylum.

E mais, quando perguntado sobre seu ódio a Jim GordonCoringa responde que esse é uma extensão doBatman. Que um sente as dores do outro. Ou seja, ferindo a família de GordonCoringa estaria indiretamente provocando dor em seu maior inimigo (ou, segundo ele, "amigo").

Mas ainda faltava desvendar os reais motivos que levaram um psicólogo a burlar as regras do presídio e se arriscar numa sala sem segurança com um dos vilões mais perigosos e insanos do mundo, que agora habitava na celaC1928. Foi aí que, no decorrer dos últimos 10 minutos (num total de 34 minutos e 22 segundos de curta) que tais razões foram desveladas. Quando tinha apenas 13 anos de idade,Coringa assassinou os pais desse psicólogo. O Estado declarou Coringa insano e o prendeu em tratamento. O doutor esperou que Batman matasse aquele que destruiu sua família,
 mas Batman não o fez. Assim, ele tornou-se psicólogo só 
para estudar Coringa... Estudar seus hábitos, seus medos, 
sua personalidade... Tornou-se um especialista nos assuntos do vilão,
 aguardando a tão esperada vingança. Empunhando uma faca, 
o doutor se rebelou contraCoringa e por alguns minutos esteve 
próximo de cumprir sua missão e vingar seus pais. 
O episódio que não ficou esclarecido no curta foi o surto psicótico que o
 doutor teve após ter sua faca retirada pelo vilão. 
O doutor passou a clamar para que o insano “roubasse” sua vida e o matasse...
 Em um dos momentos mais sombrios da trama, Coringa escapa da prisão, 
sem matar o doutor, e com Harley(sua fiel ajudante)
 o aguardando em um carro do lado de fora.

Paul Molnar (Coringa) e Rachel Nicole (Harley Quinn).

O paciente voltou para o seu palco. Agora nas ruas, 
Coringa observa a luz no céu anoitecido, o bat-sinal, 
e diz: “A luz está acesa. A cortina está levantada. É hora do show”.

Bat-sinal. Óbvio!

Gostou? Então prepare a pipoquinha e veja o curta completinho abaixo:

fonte:sociedade encena

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